Uma
breve explanação sobre TORNO CNC
Por
Joel Rocha
Vamos
tratar o torno CNC à parte de outras máquinas CNC,
pois existem particularidades somente aplicadas a este tipo de tecnologia,
porém já existem máquinas como centro de torneamento
(tecnologia que será tratada a seguir) e alguns centros de
usinagem que englobam as duas tecnologias em uma só máquina
chamadas de máquinas multi-tarefas.
Torno CNC é basicamente um torno com controle numérico
computadorizado construído inicialmente para produção
de peças de revolução ou cilíndrica
que vem dotado de duas bases as quais são chamadas de barramento
sobre as quais correm dois eixos sendo um o eixo X (eixo que determina
o diâmetro da peça) e outro o eixo Z (eixo que determina
o comprimento da peça), a fixação da peça
é feita por castanhas fixada em uma placa que vem aclopada
ao eixo central da máquina o qual é chamado de eixo
arvore, e também podemos usar o ponto que é fixado
em um corpo que normalmente fica no barramento do eixo Z na posição
contraria a placa e a luneta que fica entre a placa e ponto que
é geralmente usada para fixar peças longas.
Esquema
simples de montagem de uma peça no torno.
As
ferramentas são fixadas em porta ferramentas, as quais são
fixadas em torres que podem ser Standard ou japonesa (não
vem dotadas de trocas rápidas), VDI (padrão Europeu),
Capto (Padrão Sandvick) ou KM (Padrão Kennametal)
que são alguns sistemas de trocas rápidas.
SISTEMA
VDI
SITEMA
CAPTO
SISTEMA
KM
GEOMETRIA
DA PEÇA.
Trabalhando com os eixos cartesianos e utilizando os eixos X e Z
em movimentos lineares e circulares podemos praticamente determinar
todos os perfis possíveis no torno, porém podemos
ter tornos dotados com outros eixos como os eixos Y e C e com ferramentas
acionadas na torre, os quais somam mais possibilidades de usinagem
em um torno, como furos deslocados do eixo Z, faces planas fresadas
utilizando o eixo Y e perfis mais complexos com a utilização
do eixo C em sincronismo com os demais eixos.
Um
programa para torno CNC compõe-se basicamente de:
1-
Perfil final (peça), de um perfil inicial (matéria
prima).
2-
Dados de corte.
Os parâmetros de cortes são basicamente a Velocidade
de Corte (VC que é a velocidade medida em metros de remoção
de cavacos por minuto) ou rotação da placa (RPM que
é medida em quantidade de voltas da placa "eixo arvore"
por minuto), avanço do carro (medido em milímetro
por rotação da placa ou milímetro por minuto)
e profundidade de corte (medido em milímetro no raio da peça).
Os parâmetros de corte são determinados em função
do material e o tipo de ferramenta utilizada.
3- Definição das ferramentas (perfis e classes).
As escolhas da ferramenta são feitas quanto ao perfil do
inserto, quebra cavacos e classe do material do inserto que é
normalmente determinada pelo material a ser usinado (quanto a suas
ligas e dureza). OBS: normalmente a usinagem é feita com
refrigeração de óleo solúvel em água
a qual deve ser abundante e direcionada.
OBS: -Os tornos utilizam os códigos G e M respeitando a norma
ISO com algumas exceções que variam de acordo com
os fabricantes da máquina.
4-
Ciclos fixos.
O torno utiliza bastante dos ciclos fixos (pacotes de usinagem fechados)
principalmente na programação MDI (Introdução
Manual de Dados) porque este sistema facilita a programação,
pois o programador somente informa o perfil final da peça
e o ponto inicial determina a matéria prima o ciclo fixo
se encarrega de desbastar a peça até atingir o perfil
final da peça, nos ciclos fixos também estão
incluídos os ciclos de roscas.
Cavacos, uma preocupação constante.
Uma das maiores preocupações em uma usinagem no torno
é com a quantidade e forma dos cavacos e saber como lidar
com eles durante a usinagem porque disto depende o acabamento e
podendo até interferir no perfil final da peça, como
por exemplo, se em uma usinagem interna em um furo cego tivermos
o cavaco formado em fita e se a usinagem for feito sentido placa
(de fora para dentro) podemos ter sérios problemas de acabamento
e no perfil final podendo resultar até em quebra da ferramenta,
por isso existem vários estudos dos fabricantes de ferramentas
sobre a relação dos parâmetros de corte e perfil
do quebra cavacos com a forma resultante dos cavacos e como isso
interfere no perfil e no acabamento final, porém isso deve
ser um capitulo a parte como também a constante preocupação
com o tempo de vida do inserto e seus mais variados tipos de desgastes.
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