Programação Parametrizada

Talvez este seja o segredo mais bem guardado sobre conceitos CNC.

Há poucas pessoas envolvidas com CNC que conhecem programação paramétrica e estas pessoas evitam comentar o uso deste tipo de programas. Dado aos ganhos que este tipo de programas trazem e os benefícios que os "experts" possuem em conhecer os conceitos aplicados em programas parametrizados, é surpreendente que os grandes usuários deste conceito se restrinjam aos construtores de máquinas de usinagem, e fabricantes de controles, pois é quase nulo a informação que se obtém sobre isto nos meios acadêmicos a não ser grupos de estudos muito isolados, as escolas técnicas não dizem mais sobre isto.
No Brasil sem exagero pode se contar nos dedos das mãos as pessoas que conhecem e usam este tipo de programação.
Nesta discussão curta, explicaremos programação paramétrica e mostraremos suas aplicações principais.

O que é?

Programação paramétrica pode ser comparada a qualquer linguagem de programação como as linguagens BASIC, linguagem C ou PASCAL.
Porém, esta linguagem de programação reside direito no controle do CNC e pode ser acessado ao nível do código G, podemos dizer que podem combinar técnicas de programação manuais com técnicas de programação paramétricas.
Características relacionadas aos computadores como as variáveis, aritmética, declarações de lógica, e os loopings estão disponíveis nesta linguagem.
Como todas linguagens de programação a programação paramétrica possui várias versões.
A mais popular é Custom Macro B (usado pela Fanuc e controles Fanuc compatíveis).
Outros incluem User Task (Okuma), Q Routine (Sodick), e linguagem de programação Avançada [APL] (G & L).
Além de ter muitas rotinas relacionadas ao computador, a maioria das versões de programação paramétrica tem rotinas relacionadas ao CNC com relativa profundidade.
Por exemplo, macros que permitem ao usuário de CNC ter acesso a muitas propriedades do controle CNC (ferramenta de compensação, posicionamento dos de eixo, alarmes, geração e edição de código G codifica, e proteção de programa) que permite a edição interna do programa CNC.
Estas coisas são impossíveis só com a utilização do código G normal, ou seja, com os programas CNC normais.

Aplicações:

Muitas companhias têm aplicações excelentes para macros de usuários e provavelmente não os conheça.
Claro que, se você sabe utiliza-los pode ser que às vezes não imagine as muitas aplicações possíveis para estes macros ou então os sub-utilize.
Estes macros podem ser divididos em cinco categorias básicas.
Alguns destes podem te soar familiar, vejamos.

· Famílias de peças.
Quase todas companhias têm pelo menos algumas aplicações que se ajustem à categoria de macro de usuários.
Possivelmente você tenha peças semelhantes, porém, com dimensões variáveis, deste modo o programador deverá referenciar em um quadro no desenho as cotas variáveis e propor-las em um programa parametrizado, que será acionado conforme as solicitações das peças a serem produzidas.
Se você fizer isto, você tem uma aplicação perfeita para macro de usuário.

· Inventando Ciclos fixos (inclusive referenciando um código G)

Até mesmo se você não tiver uma família perfeita de aplicação de peças para macro de usuário, seguramente você tem algumas peças que requeiram operações de usinagem semelhantes pelo menos. Ou talvez você deseje que seu controle CNC tivesse mais (ou melhores) ciclos fixos.
Com macros de usuários, você pode desenvolver rotinas de propósito gerais para operações como usinagem em linha, padrões de furos de roscas específicas, entalhes ou algum tipo de usinagem em pocket.
Em essência, você pode desenvolver seus próprios ciclos fixos.

· Movimentos complexos

Pode haver vezes que seu controle CNC seja incapaz de gerar um movimento necessário com facilidade.
Executar uma usinagem em linha de precisão, por exemplo, seu controle tem que ter a habilidade para formar um movimento espiralado em XY enquanto formando um movimento linear em Z (movimento helicoidal não bastará neste caso).
Infelizmente, a maioria dos controles de CNC não possui interpolação em espiral.
Mas, acredite, com macro de usuário você pode gerar este movimento desejado.
Em essência, macro de usuário o permite criar suas próprias formas de interpolação.

· Dispositivos guias opcionais.

Probe (dispositivo destinado a medir posicionamentos relativos ou absolutos: sonda), pós-processo que medem sistemas exatos, e muitos outros dispositivos sofisticados requerem um nível mais alto de programar que podem não ser encontrados na codificação G standard.
Macro de usuário é a linguagem de programação paramétrica mais popular dirigida a estes dispositivos.
Na realidade, se você possui um acesso a probe ou mais em suas máquinas, talvez você tenha provavelmente em macro de usuário.

· Utilidades

Há um mundo de coisas que você pode fazer com macro de usuário que você consideraria nunca poder fazer sem este tipo de linguagem.
Macro de usuário pode ajudar reduzir a cronometragem da organização, tempo dos ciclos, tempo de transferência de programa, e em geral, facilitar o uso de seu equipamento.
Alguns exemplos de aplicações que se ajustam a esta categoria incluem contadoras de peças, gerenciamento de vida de ferramenta, mordentes automáticos inclusos as máquinas, usando as saídas padrões dos próprios controles.

Exemplo:

Para melhorar a explanação do que podemos faser com programação paramétrica, nós mostramos um exemplo simples escrito em "Custom macro B" para uma aplicação de centro de usinagem.
Para usinar um furo de qualquer dimensão em qual quer local.
Note como semelhante este programa é a um programa escrito linguagem BASIC.

Programa
O0001 (número de Programa)
#100=1. (diâmetro final do furo)
#101=3.0 (X posicionam do furo)
#102=1.5 (Y posicionam do furo)
#103 = .5 (profundidade do furo)
#104=400 (velocidade em RPM)
#105=3.5 (avanço em IPM)
#106=3. (número de compensação do comprimento da ferramenta)
#107=2.0 (diâmetro do furo)
G90 G54 S#104 M03 (seleção do modo absoluto, coordenada de sistema, rotação inicial)
G00 X#101 Y#102 (posição corrente X e Y do centro do furo)
G43 H#106 Z.1 (aciona a compensação de comprimento da ferramenta, para chegar ao Z corrente)
G01 Z-#103 F[#105 / 2]
Y[#102 + #107 / 2 - #100 / 2] F#105
G02 J-[#107 / 2 - #100 / 2]
G01 Y#102
G00 Z.1
M30



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